100 mil visitas

Caros seguidores,

Este número estava longe de ser imaginado quando nos propusemos a criar este blog. Agora que é real, resta-nos agradecer aos nossos seguidores o facto de continuarem a dar ânimo para que este blog continue a existir. Curiosamente este é o post número 100.
Quando escrevemos no Google "Agrela", o nosso blog já aparece nas primeiras sugestões.
Quando vimos que os 10 mil acessos tinham sido alcançados pensamos terminar o trabalho no blog quando chegássemos ao 100 mil. Agora que já o atingimos achamos que é cedo de mais para terminar com este blog. Este sucesso só foi conseguido pelo nosso trabalho e muito pelo interesse vosso em nos acompanhar. E como todo o trabalhador tem direito a umas férias, assim também nós as gozaremos. Estaremos sem adicionar novos posts por um tempo. Não significa isso que o blog terminará. Poderão continuar a ver ou rever os posts que até agora foram publicados. Prometemos voltar à carga o mais rápido possível...isto se aguentarmos, é que também já se tornou um vício para nós.
Quando regressarmos trataremos de noticiar o nosso regresso para que voltem a nos acompanhar. Até pode já ser para a semana,ou daqui a um mês. Certo é que se algo de extraordinário se passar aqui na terra não deixaremos de noticiar. Por agora as coisas andam relativamente calmas... mas de um dia para o outro tudo pode mudar.
O nosso muito obrigado a todos!

Desilusão... nem barracada houve!

Caros seguidores,

Já estamos habituados a ser enganados por toda a gente. A começar no governo e a terminar no senhor que no talho nos diz que o bife é muito tenrinho... todos os dias somos enganados por alguém. Mas neste sábado sentimo-nos duplamente enganados... todos apostos aqui em casa para o grande simulacro e não houve nada?!! Isto não se faz...
Esperávamos que no sábado de manhã fosse-mos acordados ao som de sirenes. A pensar nisso até nos deitamos bastante cedo na 6ª feira para descansar alguma coisa. No sábado o silêncio imperou de manhã. Ainda espreitamos aqui pelas redondezas e movimento nenhum. É certo que para incêndios florestais a coisa estava má mesmo. A gasolina também está cara para o povo andar por aí a encharcar montes... Mas então e um acidente de trânsito custava muito simular?! Com estrada molhada até é mais propício a que essas coisas aconteçam. Também aí falharam redondamente.
 Na escola Eb2,3 ainda houve algum aparato, mas não passou disso mesmo. O povo não quis foi trabalhar. Um simulacro é uma coisa que até lhes dá trabalho. Têm que mostrar serviço e fazer relatórios demorados. Deste modo a chuva passou a ser a grande amiga dos bombeiros e afins. Ninguém se molhou, ninguém se queimou, não houve feridos, não se gastou material...um sucesso!
Já que eles não souberam fazer um simulacro em condições nós, povo agrelense, poderia-mos tratar disso. Agora ao fim da tarde ouvimos umas sirenes aqui na terra e pensamos: "Queres ver que os gajos atrasaram-se ou tiveram uma avaria e afinal vão fazer o simulacro hoje?!" Não, não se tratou disso. E tanta gente preparou o seu sábado para poder assistir a este grande acontecimento para nada... Fosse isto nos EUA e já dava direito a umas indemnizações à população por perturbações na rotina, por engano ou por desilusão ou falha nas expectativas.
Não houve confusão, não houve porrada, não houve barracada....
Ficamos a aguardar notícias. No entanto, ao bom jeito do povo aqui da região, assim que vier o sol não vai ser necessário nenhum simulacro. Vão mesmo ter que arregaçar as mangas e dar no duro.

Simulacro é no sábado. Fuja da freguesia!

Caros seguidores,

Depois de um fim de semana em que os Estrelas da Serra organizaram mais um peddy paper, ao que apuramos com bastante sucesso, segue-se um fim de semana conturbado com o simulacro que acontecerá aqui na terra.
Tragédia é coisa a que toda a gente já está habituada. Desgraça também, ou não tivéssemos nós um parlamento com tantos jumentos, agora,  que de repente a nossa freguesia seja assolada por uma catástrofe... a coisa já é pior.
Ao que se sabe um incidente ocorrerá no Pé da Serra e outro no Carvalhal. Tudo o que é corporação de bombeiros vai estar de sentinela. Pois bem, pena é que durante o ano, em situações reais, os meios disponibilizados sejam sempre menos e com mais atrasos.
Quem quiser partir uma perna ou ter um "ataque de pulgas"o dia perfeito é mesmo este sábado. Pelo menos sabe que terá socorro imediato.
Para quem andar desatento o aparato da coisa pode assustar. Mas fiquem a saber que é aparato apenas, pois quando as situações são reais as coisas nunca correm tão bem. Além do mais, um dos grandes problemas nas situações reais está relacionado com os problemas mais burocráticos, digamos assim. Acordos com seguradoras, para aqueles que têm seguro, claro, e as cenas de pancadaria que ocorrem quando há desacordo. Isto era algo que também se poderia simular: uma barracada há custa de desentendimento no caso de um acidente de viação. Aquela malta no bairro, onde vai ocorrer um simulacro, já demonstrou ter talento para a coisa. Bem que poderia dar um ar da sua graça e fazer um simulacro em condições com grande confusão e umas chapadas à mistura. Se bem que ultimamente anda tudo bastante pacífico por lá...Mas não é apenas essa malta que sabe armar barracada...por toda a freguesia há sempre alguém que saiba fazer uma boa peixeirada. Gente com o sangue sempre a fervilhar por momentos de emoção!
Vá avisando os seus conhecidos do que se irá passar, caso contrário, e como bem acontece nas situações reais, quando virem as ambulâncias e carros de bombeiros a passar haverá logo umas quantas motorizadas e carros em perseguição para saber o que se passa para depois poder contar tudo aos outros com os pormenores certinhos e poder dizer: "Eu vi! Eu estava lá!"
Ainda estamos na esperança de que apareçam os helicópteros a sobrevoar a freguesia com paraquedistas a  vir em socorro das pessoas... assim tipo filme. Há pois... esquecemo-nos de que temos muitos helicópteros que custaram uma fortuna, mas não há dinheiro para os pôr no ar!
 Poderiam também simular um naufrágio no rio Leça, para recordar os 100 anos do Titanic... Bem, isso já é muito à frente.
O que é certo e garantido é que Agrela vai estar ao rubro no próximo sábado. E com a chuva que tem caído, no caso de incêndio não haverá problema nenhum de falta de água. Se possível fuja da terra, para que com menos gente tudo possa correr muito bem e conste no relatório que foi uma coisa espetacular...porque o que conta é o que vai ser escrito.
Esteja prevenido e passe a palavra!

Cortes chegam ao Compasso

Caros seguidores,

Este ano, após uns dias de frio, que nem no Algarve deu para apanhar um solzinho em condições, o dia de Páscoa lá trouxe o sol. Também o Algarve é já para luxos, que é coisa que o povo cada vez menos tem. E muitos dos que tinham começam agora a desabituar-se. TROIKA significa muito para muita gente. A palavra "corre" todos os dias na conversa das pessoas e chegou mesmo ao compasso. Se é para reduzir, o número de pessoas que andam no compasso tem que reduzir também. Grande homem o senhor juiz da cruz que teve os "frutos vermelhos" para devastar no número de companheiros que no dia de Páscoa andam a levantar copos nas mesas. Mais ainda porque andam por aí os homens a "trabalhar", se bem que voluntariamente, para que outro encha o bolso (tal como aqui é ilustrado com as galinhas que pões os ovos para os louros da Páscoa irem para o coelho)
Se bem notámos eram 10 ao todo, com o acólito que parece gostar aqui de passear pela terra de opa vermelha. E parece-nos que este número chega. Ora vamos lá fazer as contas: Um para carregar a cruz, outro para a água benta, um para os panfletos e outro para carregar a valiosa pasta que no final do dia vai diretamente para as mãos do senhor Dami. Para este senhor, desde que o elemento que carrega a pastinha esteja presente... está tudo bem. Mas vai ter que inovar. Hoje em dia, os poucos que têm dinheiro, já com poucas notas andam na carteira. Multibanco e pagamentos via internet são cada vez mais usuais. O senhor Dami bem que deveria de investir numas máquinas portáteis de cobrança multibanco para os dias de Compasso. À entrada, antes mesmo do "Boas festas, aleluia, aleluia" o dono da casa sacava do seu cartão e marcava o pin. Enquanto isso, o destinatário, descansadinho em casa, ia consultando no seu computador as transferências e a conta a aumentar. Teria muito mais controlo de tudo, sobretudo ficaria a saber quem são os seus "fiéis".
Já que falamos em notas, este ano, quem viu as notas a voar foi a senhora Ângela, vizinha da senhora Goreti, que no ano passado viu as suas a voarem para longe sem regresso. Talvez a dona Ângela consiga recuperar algum fazendo uns aumentos nos preços da sua mercearia. Já cá não está o senhor Fernando Noronha, caso contrário seria homem para no dia do Compasso oferecer um bagacinho à malta do compasso e no dia seguinte aumentar um tostão ao preço do vinho. Saudades do senhor Noronha...
Mais uma vez o nosso pároco presenteou as famílias com um folheto. Independentemente do bom ou mau gosto do grafismo, o que nos saltou à vista foi a seguinte mensagem: "Pretende comemorar-se na igreja a colocação de telha nova, pintura de interior e exterior e colocação de pedra nos pilares e lambrins.". Pois bem, surgiram-nos imediatamente muitas questões sobre o que seria afinal a celebração. Pensamos que seria uma missa especial no telhado, em homenagem às telhas. Depois ocorreu-nos a hipótese de no altar haver uma palete de telhas, umas latas de tinta e umas pedras para a elas dedicar-mos a oração. Enfim, no dia de Páscoa comemorar obras de construção civil...pareceu-nos um pouco despropositado.  Que o senhor juiz da cruz fosse homenageado pelo seu trabalho na comissão de obras da igreja, sim senhor, todo o nosso apoio e o de muita gente, certamente. Agora, celebrar telhas, tinta e pedras?! Mas afinal a Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo ou é a celebração da "reconstrução"de igrejas?!
Mais uma Páscoa passou e a inscrição para o casting de juiz da cruz deve de estar agora aberta. E que tal o fator "pagar o compasso e tudo o que a ele está associado" deixar de fazer parte da estúpida tradição, que a freguesia parece ter agarrado, para ser juiz? Se os envelopes que circulam durante o dia pagassem os custos do compasso e o restante fosse para obras na igreja, de certeza que muito mais gente contribuía e muito mais gente voluntar-se-ia para o cargo de juiz da cruz. Até que isto aconteça é uma questão de imposição...
É que aqui na freguesia, a Páscoa ainda soa a arrombo na carteira de alguns...

Dia de combate... faz anos que andaram a fugir de balas a sério!

Caros seguidores,

Este fim de semana de ramos veio comprovar que os jovens de hoje em dia, lentamente, vão matando as tradições. Ainda não morreu este ano a troca de vasos, mas os troços de couves à porta das meninas solteiras parece que estão a ficar esquecidos. Vá lá, não morreram, mas andam desmaiadas, já que alguns vasos sempre apareceram à porta da igreja. Será que estes jovens estavam com receio dos tiros que há uns anos atrás foram disparados? Calma, gente, a sessão de tiros estava marcada, sim, mas para domingo à tarde com o torneio de paintball que os Estrelas da Serra organizaram.

Mais uma vez os Estrelas da Serra andaram na limpeza de terrenos. Isto de ter terrenos a mato em lugares estratégicos tem dado alguma vantagem para os seus proprietários, que em troca de cederem os seus terrenos para umas atividades veem os seus terrenos limpinhos. A ser um combate em cenário de guerra, o terreno estava bom como estava... no entanto esta guerra era mais urbana, com carros, carroças e paletes. O campo, bem limpinho como não nos lembramos de o ver assim nestes últimos tempos, foi um local bem escolhido. Enquanto uns combatentes se marcavam de tinta em campo, os outros que estavam na reserva à espera de atuar iam para o tasco encher o "tanque". Pelo que apuramos tudo correu em paz. Uma guerra santa, por assim dizer. Não houve intervenção de ambulâncias, não vimos mísseis nem granadas por lá, embora um "chaimite" tivesse andado em campo. Vimos sim que nem a casa do Cindo da Palheira escapou às balas perdidas... gente compreensiva que vai ter que andar de mangueira ou esfregão a tirar a tinta da casa. A não ser que venha a prometida chuva. Um bem haja a eles!
Para aquela malta que lá andou a disparar a coisa parece ter corrido bem. Quando a arma encravava fazia-se uma pausa, quando não tinham balas saíam, quando se aproximavam do inimigo o combate parava... Mas que mariquices são estas? Quem vai à guerra é para entrar com tudo! É para matar, se possível com a arma apontada à cabeça! Só faltava fazer pausa para irem à casa de banho ou porem protetor solar que o sol estava a queimar a pele!
De acordo com as informações, mais de 13 mil balas foram disparadas. Fraquinhos. Tanta bala e tão pouco atingidos. Falta pontaria a esta gente. Alguns bem que levaram com umas balas no couro e a farmácia esta semana deve de se consolar de vender hirudoid. Falcatruas também soubemos que ocorreram...mas o povo estava lá era para se divertir e dar uns tiros. Já relativamente à equipa vencedora.... a coisa soa a estranho. Os resultados saíram já mais para o fim da tarde com a "equipa do pessoal da casa" a arrecadar o primeiro lugar. Árbitros comprados? Bons guerreiros? Sorte? Muita coisa pode ter sido. O que ouvimos dizer é que por acaso até mereceram a vitória. Opiniões.
Ao que apuramos tudo correu pelo melhor e muitos puderam mostrar a sua vertente de guerreiros. Temos gente para ir à guerra... e isso já nos deixa mais tranquilos. Com capangas, chaimite, capitão e bravos já sabíamos que podíamos contar, agora comprovamos que os guerreiros também já estão preparados.
Outro acontecimento que marcou este fim de semana foi o encerramento do Café Antigo, para todos mais conhecido por Café do Mário. Ao fim de mais de 30 anos com a porta aberta à freguesia os atuais locatários fecharam as portas. É triste para aqueles que recordam grandes momentos lá passados onde se fizeram grandes amigos, se organizaram muitas atividades e convívios, se viram filmes de vídeo nas antigas cassetes BETA, se fizeram consultas "psicossociais", se deram uns murros, enfim, era um café já com história aqui na terra e que agora muitos, em especial os mais velhos já da casa, nem sabem bem para onde ir ou se vão continuar a frequentar cafés. Será que é mesmo o fim?! O que é certo é que poucos são os que passam uma vida naquele tipo de trabalho que é para muitos uma cadeia. Já não há gente com fibra como antigamente... nem para trabalhar, nem para ir para a guerra!!