segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cortes chegam ao Compasso

Caros seguidores,

Este ano, após uns dias de frio, que nem no Algarve deu para apanhar um solzinho em condições, o dia de Páscoa lá trouxe o sol. Também o Algarve é já para luxos, que é coisa que o povo cada vez menos tem. E muitos dos que tinham começam agora a desabituar-se. TROIKA significa muito para muita gente. A palavra "corre" todos os dias na conversa das pessoas e chegou mesmo ao compasso. Se é para reduzir, o número de pessoas que andam no compasso tem que reduzir também. Grande homem o senhor juiz da cruz que teve os "frutos vermelhos" para devastar no número de companheiros que no dia de Páscoa andam a levantar copos nas mesas. Mais ainda porque andam por aí os homens a "trabalhar", se bem que voluntariamente, para que outro encha o bolso (tal como aqui é ilustrado com as galinhas que pões os ovos para os louros da Páscoa irem para o coelho)
Se bem notámos eram 10 ao todo, com o acólito que parece gostar aqui de passear pela terra de opa vermelha. E parece-nos que este número chega. Ora vamos lá fazer as contas: Um para carregar a cruz, outro para a água benta, um para os panfletos e outro para carregar a valiosa pasta que no final do dia vai diretamente para as mãos do senhor Dami. Para este senhor, desde que o elemento que carrega a pastinha esteja presente... está tudo bem. Mas vai ter que inovar. Hoje em dia, os poucos que têm dinheiro, já com poucas notas andam na carteira. Multibanco e pagamentos via internet são cada vez mais usuais. O senhor Dami bem que deveria de investir numas máquinas portáteis de cobrança multibanco para os dias de Compasso. À entrada, antes mesmo do "Boas festas, aleluia, aleluia" o dono da casa sacava do seu cartão e marcava o pin. Enquanto isso, o destinatário, descansadinho em casa, ia consultando no seu computador as transferências e a conta a aumentar. Teria muito mais controlo de tudo, sobretudo ficaria a saber quem são os seus "fiéis".
Já que falamos em notas, este ano, quem viu as notas a voar foi a senhora Ângela, vizinha da senhora Goreti, que no ano passado viu as suas a voarem para longe sem regresso. Talvez a dona Ângela consiga recuperar algum fazendo uns aumentos nos preços da sua mercearia. Já cá não está o senhor Fernando Noronha, caso contrário seria homem para no dia do Compasso oferecer um bagacinho à malta do compasso e no dia seguinte aumentar um tostão ao preço do vinho. Saudades do senhor Noronha...
Mais uma vez o nosso pároco presenteou as famílias com um folheto. Independentemente do bom ou mau gosto do grafismo, o que nos saltou à vista foi a seguinte mensagem: "Pretende comemorar-se na igreja a colocação de telha nova, pintura de interior e exterior e colocação de pedra nos pilares e lambrins.". Pois bem, surgiram-nos imediatamente muitas questões sobre o que seria afinal a celebração. Pensamos que seria uma missa especial no telhado, em homenagem às telhas. Depois ocorreu-nos a hipótese de no altar haver uma palete de telhas, umas latas de tinta e umas pedras para a elas dedicar-mos a oração. Enfim, no dia de Páscoa comemorar obras de construção civil...pareceu-nos um pouco despropositado.  Que o senhor juiz da cruz fosse homenageado pelo seu trabalho na comissão de obras da igreja, sim senhor, todo o nosso apoio e o de muita gente, certamente. Agora, celebrar telhas, tinta e pedras?! Mas afinal a Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo ou é a celebração da "reconstrução"de igrejas?!
Mais uma Páscoa passou e a inscrição para o casting de juiz da cruz deve de estar agora aberta. E que tal o fator "pagar o compasso e tudo o que a ele está associado" deixar de fazer parte da estúpida tradição, que a freguesia parece ter agarrado, para ser juiz? Se os envelopes que circulam durante o dia pagassem os custos do compasso e o restante fosse para obras na igreja, de certeza que muito mais gente contribuía e muito mais gente voluntar-se-ia para o cargo de juiz da cruz. Até que isto aconteça é uma questão de imposição...
É que aqui na freguesia, a Páscoa ainda soa a arrombo na carteira de alguns...

6 comentários:

  1. Grande ou pequeno o que importa é que a tradição do compasso não acabe. Pena é que o senhor Dami, como se referem, parece que só vê cifrões e não fazer o que deveria ser feito: com os envelopes pagara pelo menos os foguetes e o tacho aos homens do compasso

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  2. celebração de telhas?!!! até fui comprovar no folheto que cá ficou em casa ontem. Inacreditável. E vocês mais uma vez atentos a tudo! Boa análise

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  3. Essa de o Sr Dami de aproveitar do dia de pascoa para distribuir panfletos para fazer campanha de angariaçao de fundos para as obras da igreija que falaram acho um bocadinho estranho porque essas mesmas acho que ele ja as fez,pelo menos o povo da freguesia tambem deve ter visto como eu a serem feitas.
    Sera que as fez sem dinheiro para pagar ao mestre de obras de Agua Longa que la andou com os seus empregados???
    isso de transferencias bancarias e cartoes multibanco o Sr Dami nao precisa disso o homem da pastinha apontava o nome no envelope da pessoa da casa onde o compasso entrava sempre este metodo é mais seguro.

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  4. Um para carregar a cruz, outro para a água benta, um para os panfletos e outro para carregar a valiosa pasta que no final do dia vai diretamente para as mãos do senhor, o nosso Senhor. Sempre foi assim, não percebo qual o motivo da discordia agora... Estaremos a evoluiir? Ou a regredir? hahaahaha Boa questão. Digo eu.

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  5. Mas eu sou burro ou não percebi o mesmo?! Pelo que li ninguém fala que o dinheiro angariado era para as obras. Alguma vez... o homem até se esfolava de no final não ter envelopes para contar

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  6. Tive cá uma fèzada que seria nestes tempos de paz e de reflexão, propícios a rebates de consciência, que, finalmente, se saberia do ouro da N. S. da Guia.
    Mas, afinal, nada.
    Pode ser que seja no Natal, que tambem é tempo de paz, de harmonia e de Verdade.
    Ou será lá para o dia de S. Nunca ?...

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