terça-feira, 10 de maio de 2011

Hora para contar uma história

Caros seguidores,

Considerando a enorme riqueza de alcunhas e lugares que a nossa freguesia tem, aproveitamos aqui para vos contar uma história. Logicamente que aqui não estão todos. Mas a grande maioria está presente. Apreciem...


Era uma vez uma aldeia onde todos os dias a polícia era chamada a intervir mas não dava solução àquele problema. Muita gente já tinha fugido para a aldeia nova que começava a nascer a uns Kms dali porque ninguém queria passar o dia aflito a fugir por entre o souto e o carvalhal procurando um lugar seguro. Era no alto à pedrada, era em carroças a fazer de caça canalha, era terrenos com minas, gente equipada com forquilhas, enfim, aquela doce aldeia mais parecia um vale do inferno.
Nessa aldeia havia um Judeu que tinha resolvido criar uma milícia capaz de acabar com aquelas invasões que quase sempre se iniciavam na Gandra. Inspirado no guerrilheiro Che, tratou de juntar 30 homens e mulheres para acabarem com aquela corrente assassina. Não eram milhões, mas eram bravos e corajosos. Reuniram-se na sua casa grande para preparar o ataque.
A Maria foi a primeira a dar a sua opinião:
- Temos que adquirir material de guerra: minas, dinamite e forquilhas!
Com esta ideia toda a gente pensou que faltava um pirolito à Maria e por isso deveria de estar tola. Passaram a chamá-la de Maria Tola.
Estavam todos a conferenciar quando na sala entrou um homem baixinho, cabelo ruço e de barbas brancas e com um dente de ouro a brilhar. Começou a falar mas ninguém percebeu nada.
- Parece que falas grego, pá. Estamos em Portugal!
O homem, tão ofendido que ficou, nunca mais falou e ficou mudo.
Havia um mariola, maganão, neto do sapateiro, que gostava de dar palpites. Mas quando se levantou do banco, que estava mal acabado e tinha uns pregos mal pregados, rasgou as calças e ficou em pilão. Não disse mais nada e saiu porta fora, sentindo-se ridículo.
Levantou-se a brasileira, mulher caseira que vivia com um viúvo, e começou por oferecer os seus campinhos, junto à Agra, para os treinos do batalhão.
Todos concordaram ser um bom local para os treinos, com o Covelo no fundo. Para tudo havia solução e estavam todos com pica!
Era já noite quando começaram a preparar umas barracas para os recrutas. Iluminaram o recinto com um grande facho e colocaram-se atrás da cerca. Fizeram umas sapatas para ficarem bem seguras. No lago de peixinhos que lá havia, atravessado por uma ponte de pau, verificaram que havia 14 gatos à espreita de poderem atacar. O gato preto, com uma rachinha numa orelha, tinha caído ao lago. Mas apareceram as raposas que foram corridas pelos pistoleiros.
De manhã estavam famintos. A Maria Tola foi à fonte buscar água e trouxe bananas e figos. Ainda teve tempo de subir à laranjeira e levar também umas laranjas. A leiteira levou-lhes o leite e passou pela padaria para levar pão. Quando lá chegou calcou um sapo, deu uma turra e pisou o pé da senhora que passava naquela hora. Quase caiu ao poço da moira mas agarrou-se às gandarinhas e assim parece que ressuscitou. Mas ficou manca e passou a andar à chiquelinoche. Era uma baixa para o combate. E havia uns manguelas , cheios de preguiça, que só queriam laréu e para piorar estavam carregados de piolhos. À falta de melhor tiveram que lavar a cabeça com lixívia. Mas resultou, apesar de terem ficado com “caspão”.
No dia da invasão o sinal da bugia no cornadinho alertou-os para quem aí vinha. Era dia de concurso Miss Europa mas as atenções estavam todas ali, naquele vale, no pé da serra. Avistaram-nos por entre a rameira, que havia na moutela, onde um guerreiro saltava de árvore em árvore como o Tarzan, e viram que ainda havia um lanço grande que daria para manobrarem o esquema. Mas a coisa ficou preta quando um guerreiro enfiou uma palheira no olho e caiu ao pé dos Ritões, que rapidamente o levaram para junto do seu padrinho que vivia no Paço, numa casa branca.
- Pisca, pisca o olho para ver se passa! – diziam eles a entrar na sua casa coberta de laje.
Foram horas de luta que acabaram com os invasores enfiados nos campos de arroz, em pilota, sentindo o peso da derrota.
Desde esse dia que aquela terra nunca mais sofreu ataques. No padrão, ao som de violas, os guerreiros receberam 7 estrelas e 7 medalhas de mérito, entregues pelo comandante Baribi, que era um homem admirado por todos.

14 comentários:

  1. Espigão de Guerramaio 10, 2011

    PARABÉNS!!!

    Uma bela história, e a esta hora boa mesmo para contar aos nossos filhos, antes de adormecerem.
    Já não adormecem com histórias, para pena nossa.
    Muitos (alguns)nomes mais há, espero ver outra história com os restantes.
    Força para o Blog

    Espigão de Guerra

    ResponderEliminar
  2. Cúm catano! Tiveram trabalho. mas está espectacular! Realmente deve de estar quase tudo. pelo menos aqueles mais conhecido, até há alguns é que nunca ouvi falar. Esta semana vou me informar de quem são. Quem é a Miss Europa?

    ResponderEliminar
  3. Amigos da serramaio 11, 2011

    eiii meus amigos

    esta está exelente

    quero desde de já vos dizer que isto nao e´obra de um dia só .
    mas de umas decadas de vida, aqui na nossa terra
    porque a ponte de pau já e´velhinha,
    Mas, bananas e brasileiras já é produto importado.
    e quanto a miss europa tambem é só uma, porque este concurso fechou , ainda bem que ela apanhou o comboio.

    gostei da historia.
    e Já agora
    onde ficou o morrinha? com quim da quelha ou com o jaquim da estrada? ou foi ter ó camposa, á espera do 90 o maior?
    ficou curto? de tanto esperar.. foi cá uma seca..
    bem comprimentos e depois digam lá como isto vai acabar..

    ResponderEliminar
  4. Está muito bom mesmo, muitos parabéns!

    O que fizeram é uma verdadeira obra antropológica da nossa terra.
    Guardem que quando houver um museu na nossa freguesia isso vai pra lá!

    É certo que fica sempre alguém de fora, mas isso é normal.

    Ri-me como um perdido =)

    Lince do Leça

    ResponderEliminar
  5. Parabéns...
    Não nada a dizer...
    Lembra de forma positiva e forma alegre e jucosa...
    Muito bom. Criativo, rico em vocabulátios, regras sintáticas, estruturação, final....

    Para quando o 2º capítulo?

    ResponderEliminar
  6. Ahah que senti do de humor!


    Q rídiculo!

    ResponderEliminar
  7. novo seguidormaio 11, 2011

    espetacular esta vossa história:)
    mesmo para quem não é da freguesia, está o máximo.
    desta vez têm nota dez...
    gostei muito deste blog é super divertido, continuem.
    mais um membro seguidor:)

    ResponderEliminar
  8. boas!
    se calhar por serem novos de mais ou por não conhecerem a origem de algumas alcunhas, elas estão mal escritas e podem criar confusão. ou serão novos personagens?
    a ideia e o texto no entanto merecem nota 18!
    atenção mas os ultimos post's deixam, pelo menos para mim, pistas de quem são alguns de voces, posso não resistir e abrir o trombone, ou tentar.

    The Public.

    ResponderEliminar
  9. Ana Alexandra Moreiramaio 12, 2011

    Bem, deram-se ao trabalho! Somos uma freguesia pequena mas com muito material! Esta história está espectacular. Estão realmente quase todos.
    Parabéns pelo vosso trabalho. Grande encadeamento de ideias e palavras!

    ResponderEliminar
  10. Muito Bom,

    o Capitão Gaudêncio também gostaria de participar...............

    ResponderEliminar
  11. Bota laaaaa!!!!

    ResponderEliminar
  12. Fixe........

    E O Capitão Gaudêncio?
    Onde entra em acção?

    ResponderEliminar
  13. eu aposto na carla lirio e ana moreira como colaboradoras activas na manutenção e edição deste espaço.

    The public.

    ResponderEliminar
  14. Como já havíamos dito, as pessoas mencionadas como criadoras do blog, por parte de muitos comentadores, nada têm a ver com este espaço. Agradecíamos, portanto, que deixassem de fazer especulações, insinuações e falsas denúncias sobre estas pessoas. Se continuarem a criar problemas a estas pessoas que não estão ligadas ao blog ponderaremos acabar com este espaço. Mas antes, faremos um anúncio público não de quem nós somos, mas das pessoas que têm ameaçado ou tentado difamar pessoas inocentes. Temos provas de muita coisa. Não queremos é dar importância a quem não a merece. Sabemos que é o que muitos querem. E é por pessoas como essas que a freguesia não anda para a frente.

    ResponderEliminar